quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Projeto do XXVIII EPEPe

EXECUTIVA CAPIXABA DOS/AS ESTUDANTES DE PEDAGOGIA
EXECUTIVA NACIONAL DOS/AS ESTUDANTES DE PEDAGOGIA
DIRETÓRIO ACADÊMICO FLORESTAN FERNANDES – PEDAGOGIA / UFES
CENTRO ACADÊMICO DE PEDAGOGIA - UNIVILA


PROJETO: XXVIII ENEPe


“O PAPEL DO/A EDUCADOR/A NA TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE”

Vitória, novembro de 2007


“Sabemos que o futuro não existe, mas teimamos um dia vê-lo como imaginamos. Esta utopia é que nos mantém nas mesmas trilhas, carreiros e, em marchas por estradas asfaltadas. Sentimos saudade do tempo que já se foi, mas também esperança naquele que há de vir.
A certeza, a unidade e a afetividade nos trouxeram até aqui. Que elas não desapareçam. A história precisa delas para continuar a ser feita. Enquanto a terra esperar por novos plantios e novas colheitas, haverá esperança.”(Ademar Bogo)

1- PRA COMEÇO DE CONVERSA


“Que se prepare a juventude estudantil do país, para que cada um, em um futuro imediato tome o posto que lhe seja destinado, e o tome sem vacilações e sem necessidade de aprender pelo caminho.”
(Guevara, 1959)

Novamente o Estado do Espírito Santo, através do Movimento Estudantil de Pedagogia Capixaba, se propõe a sediar um Encontro Nacional dos/as Estudantes de Pedagogia (ENEPe). Desta vez, o seu Fórum máximo de deliberação, o ENEPe, que terá como tema: “O papel do/a educador/a na transformação da sociedade”. Tal assunto, foi tirado na Plenária Final do XXVII ENEPe, ocorrido em julho de 2007, na Universidade Federal do Maranhão. A partir das discussões a cerca da importância de se discutir os papéis do/a educador/a na transformação desta sociedade, que vive os percalços do neoliberalismo, tiramos ainda como eixos centrais a serem discutidos:
1- Formação e práxis libertadora do/a educador/a;
2- Educação e novas tecnologias;
3- As políticas de financiamento para a educação;
4- Opressões: questão de gênero, diversidade sexual;
5- Inclusão da pessoa com deficiência na rede regular de ensino e no ensino superior e etnia;
6- Reforma Universitária.
Além disso, no XXVIII ENEPe, o/as estudantes de pedagogia, deverão discutir sobre sua própria organização a nível Nacional (ExNEPe) e Estadual (Executivas Estaduais), onde haverão discussões sobre o ME de Pedagogia e o seu Estatuto será modificado.


2- EDUCADORES/AS COMO SUJEITOS DA REVOLUÇÃO


“Não sujar a escola de vida social é condenar-nos, a nós mesmos, ao exílio do silêncio.
E o exílio do silêncio é a linguagem das sociedades derrotadas e sem esperança.”
(Gentili 2002, p.123)


Em tempos de neoliberalismo, podemos notar, na sociedade, uma democracia esvaziada (com uma falsa idéia de participação/inclusão de todos/as), sujeitos apáticos e individualistas, movimentos sociais fragilizados e discriminalizados, além do trabalho e da educação se relacionar de forma a potencializar o ‘desenvolvimento’ sob a perspectiva capitalista.
Neste contexto os/as trabalhadores/as da educação se ausentam da responsabilidade e do compromisso com a educação pública, por não se considerarem parte dos processos de construção de uma escola democrática, por terem o direito a greve banalizada e desestruturada pelos órgãos judiciais, por estarem passando por um processo de cooptação dos sindicalistas pelos governos municipais, estaduais e federais e pelas decisões pertinentes às políticas públicas ficarem sempre limitadas aos gabinetes ministeriais.
Neste sentido, faz-se necessário um despertar das consciências do povo para que essa realidade seja transformada por ele. Como nos coloca Paulo Freire:


“Uma das questões centrais com que temos que lidar é promoção de atitudes rebeldes em posturas revolucionárias que nos engajam no processo radical de transformação do mundo. A rebeldia é ponto de partida indispensável, é deflagração da justa ira, mas não é suficiente. A rebeldia enquanto denúncia precisa de alongar até uma posição mais radical e crítica, a revolucionária, fundamentalmente anunciadora. A mudança do mundo implica a dialetização entre a denúncia de situação desumanizante e o anúncio de sua superação, no fundo, o nosso sonho” (Freire 2005, p. 79).


Assim, o papel do/a educador/a torna-se estratégico para uma revolução educacional e social desta sociedade, dado que grande parte da população, durante sua trajetória de vida entra em contato com o espaço escolar. Daí a importância de sermos educadores/as comprometidos/as com uma formação e práxis libertadora, que implique pesquisa, criticidade, respeito ao saber dos/as educandos/as, autonomia, luta, alegria, esperança, comprometimento, liberdade, autoridade, disponibilidade para o diálogo, em fim, convicção de que a mudança é possível e necessária. E acreditamos que essa mudança só se tornará real por meio de uma revolução, compreendida aqui, conforme nos coloca Florestan Fernandes:


“A revolução em processo, que caracteriza a presença e o papel construtivo das classes trabalhadoras na história, não é só uma revolução anti-capitalista e anti-burguesa ela é uma revolução socialista, que se negará como tal na medida em que o socialismo se converter, por sua vez, em padrão de uma nova civilização, culminando em seu eixo final que desemboca no comunismo” (Fernandes, 1981).


3- DIALOGANDO COM OS EIXOS

“(...) quando o proletariado triunfar totalmente e for de fato uma sociedade constituída, o amor apresentar-se-á de forma completamente distinta, adquirirá um aspecto totalmente desconhecido até agora pelos homens (...). Seus sentimentos se modificarão no sentido do interesse cada vez maior pela coisa pública. Desaparecerão sem deixar o menor rastro a desigualdade entre os sexos e todas as formas de dependência da mulher em relação ao homem” (Kolontai 1918, p. ).

Conforme deliberado pelos/as estudantes, dialogaremos agora com os 5 eixos norteadores do XXVIII ENEPe, são eles:

3.1- Educação e Novas Tecnologias

“As tecnologias de comunicação não mudam necessariamente a relação pedagógica. As tecnologias tanto servem para reforçar uma visão conservadora, individualista como uma visão progressista. A pessoa autoritária utilizará o computador para reforçar ainda mais o seu controle sobre os outros. Por outro lado, uma mente aberta, interativa, participativa encontrará nas tecnologias ferramentas maravilhosas de ampliar a interação.” (Moran 1995, p. 25)

O impacto das Novas Tecnologias tem provocado mudanças na Educação, que não tarda a incorporar os últimos recursos tecnológicos direcionados ao setor. Dessa forma, em grande parte do país, a integração de novas mídias como televisão e internet não é mais novidade estranha à sala de aula. Pelo contrário, contribui para a criação de novas estratégias de ensino, aprendizagem e auto-capacitação.
A educação presencial pode modificar-se significativamente com as redes eletrônicas. As paredes das escolas e das universidades se abrem, as pessoas se intercomunicam, trocam informações, dados, pesquisas.
Na Internet, encontramos vários tipos de aplicações educacionais: de divulgação, de pesquisa, de apoio ao ensino e de comunicação. A divulgação pode ser institucional – a escola mostra o que faz – ou particular – grupos, professores ou alunos criam suas home pages pessoais, com o que produzem de mais significativo. A pesquisa pode ser feita individualmente ou em grupo, ao vivo – durante a aula – ou fora da aula, pode ser uma atividade obrigatória ou livre. Nas atividades de apoio ao ensino, podemos conseguir textos, imagens, sons do tema específico do programa, utilizando-os como um elemento a mais, junto com livros, revistas e vídeos.
No entanto, a era da informática e de tecnologias cada vez mais elaboradas, traz consigo também a exclusão digital de milhões de pessoas que ainda não têm acesso a todo esse aparato tecnológico, incluindo estudantes e professorado.
A globalização trás para nós, professores e professoras, muitas possibilidades, mas também muitos desafios. Torna-se urgente o debate sobre “a quem essas tecnologias servem?”, “quem está tendo acesso a elas?”, “como utilizá-las de forma a acelerar o processo de transformação da sociedade para melhor?”, ”como enfrentar, em sala de aula, o mundo que prioriza a informação em detrimento do conhecimento?” Enfim, questões em que devemos nos debruçar.
Esse Encontro tem a tarefa de iniciar o diálogo com o movimento estudantil de pedagogia sobre temas referentes a essas inquietações e, quem sabe, começar a apontar algumas direções.


3.2- As Políticas de Financiamento para a Educação


“Sempre que me candidato a um financiamento governamental para a pesquisa, exigi-se de mim que assine um compromisso de que não farei experiências com seres humanos. Gostaria que os governos tivessem que fazer o mesmo” ( Adam Prsewoski, A falácia humana).



O que o desempenho da economia brasileira tem a ver com o financiamento da educação?
As principais fontes de recursos para a educação provém da arrecadação de impostos, como nos especifica o art. 68 da LDB:

“Serão recursos públicos destinados à educação os originários de:
I- Receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios;
II- Receita de transferências constitucionais e outras transferências;
III- Receita do salário-educação e de outras contribuições sociais;
IV- Receita de incentivos fiscais;
V- Outros recursos previstos em lei.”(LDB, 1996)

Contudo, o que se vem sendo adotado pelos sucessivos governos é uma total contenção de gastos, a fim de equilibrar as contas públicas, priorizando a viabilização do pagamento das dívidas externa e interna e destinando à educação um investimento inferior a 5% do produto Interno Bruto (PIB), isso nas três esferas de governo federal (União gasta 1,2% do PIB), estadual (2,3% do PIB) e municipal (1,4% do PIB).
Legalmente a Constituição brasileira trata do financiamento à educação diretamente apenas nos art. 212, 213 e no Art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Isso nos demonstra mais uma vez o quanto a verba para a educação é reduzida pelos próprios poderes públicos que dizem fomentar e buscar uma educação de qualidade.
Em 2006, com a substituição do FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental) pelo FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), o Governo Lula propõe-se a ampliar a abrangência de financiamento, ou seja, o Fundo passará a viger por 14 anos, atingindo a educação infantil (somente a partir de 4 anos), o ensino fundamental e médio. Apesar das mudanças, o novo Fundo exclui o financiamento das creches (0 a 3 anos); os recursos são insuficientes para a garantia de uma educação básica realmente de qualidade; não há inclusão de impostos municipais; o piso nacional salarial profissional estipulado para os/as professores/as não garante uma vida de qualidade e a aplicação da União em recursos para a educação (18% da receitas de impostos) é mínima.


3.3.1 – Opressões: Questão de Gênero

“Nada causa mais horror à ordem que mulheres que lutam e sonham”
(Jose Martí)

A opressão de gênero é algo que foi construído culturalmente. Ao nascer, meninos e meninas são ensinados pelos familiares, escola, igreja, televisão e sociedade a se
relacionarem e se comportarem. Aprendem que meninas são frágeis, brincam de boneca e usam rosa, ao mesmo tempo em que meninos são fortes, usam azul e brincam com carrinhos.
Sendo o capitalismo um sistema que não sobrevive sem que haja exploradores/as e explorados/as, nesta sociedade todas as formas de opressão são aprofundadas (étnica/racial, sexual, gênero). Assim, as relações de gênero tornam-se cada vez mais acirradas de forma a buscar mecanismos que legitimem a dominação do homem sobre a mulher.
Desta forma, é essencial na luta das mulheres e feministas, considerar que esta não deve se restringir somente ao fim da opressão e nem tão pouco devemos pensar que o fim do capitalismo acabará também com relações desiguais entre homens e mulheres. Essa luta deve ser conjunta (fim das opressões e transformação da sociedade), uma vez que vivemos numa sociedade de classes.
O movimento estudantil, enquanto movimento social não deve negar a luta das mulheres, deve se organizar de modo a pautar este debate no seio do movimento em conjunto com outros dos quais atuamos.
Devemos reivindicar o cumprimento dos compromissos firmados pelo Brasil na CEDAW (31 de março de 1981) onde o preconceito é definido como:

“... alguma distinção, exclusão ou limitação feita com base no sexo, com efeito, ou finalidade de danificar ou anular o reconhecimento, apreciação ou o exercício de mulheres, independente de seu status marital, numa base de igualdade entre homens e mulheres, de direitos humanos e de liberdades fundamentais no âmbito político, econômico, social, cultural, campo civil ou algum outro”.

Nesta Conferência o Governo se comprometeu a implementar uma série de medidas que visam acabar com o preconceito e a descriminação contra a mulher:

- incorporar o princípio da igualdade entre homens e mulheres em seu sistema legal, abolindo todas as leis discriminatórias e adotando em seu lugar, leis que proíbam essa discriminação;
- estabelecer tribunais e outras instituições públicas para assegurar a proteção eficaz nos casos de discriminação contra as mulheres;
- e assegurar a eliminação de todos os atos de discriminação contra as mulheres por pessoas, organizações ou empresas.

Legalização do Aborto:
AS MULHERES DECIDEM, A SOCIEDADE RESPEITA E O ESTADO GARANTE!

Está em pauta no cenário nacional a discussão do aborto. Este é um ponto que implica cautela no debate e que é marcado por um cunho religioso e moralista. Devemos considerar que o assunto vem tomando outra dimensão: o da saúde pública, além de tratar de uma autonomia sobre o corpo da mulher. Hoje milhares de mulheres jovens, pobres e negras morrem diariamente vítimas de abortos clandestinos.
Mas não se trata apenas de descriminalizar o aborto, é preciso que este seja garantido dentro do Sistema Único de Saúde.
É importante observar que o 27° ENEPe deu um grande salto em reconhecer que o ME de Pedagogia, composto majoritariamente por mulheres, deve discutir sobre este assunto, aprovando assim resolução que pauta a discussão sobre o aborto/gênero. É preciso, porém, mais que aprovar resoluções, o ME de Pedagogia deve estar a frente dessa luta conjuntamente com o Movimento de Mulheres e feminista.
É importante lembrar que a Lei 1135/91 que descriminaliza o aborto está tramitando no Congresso Nacional e que não há nenhum esforço e nem interesse do Governo Lula em aprovar a mesma, conforme declaração feita pelo presidente no dia 24/08 ao arcebispo da região metropolitana de Curitiba, Dom Moacir Vitti:

"Eu confesso ao senhor que não vejo a necessidade do Congresso Nacional aprovar. A lei que está aí já cuida dos casos excepcionais"

A declaração foi feita ao receber das mãos do arcebispo um documento com 780 mil assinaturas em defesa da vida e contra o aborto durante o almoço na Granja Cangüiri. Ele se comprometeu ainda a entregar cópias das assinaturas aos presidentes do Senado, da Câmara e às lideranças dos partidos.
Desconsiderando que mesmo que a lei não seja aprovada isso não evitará o aborto, pois mulheres negras e jovens continuarão morrendo enquanto a burguesia branca continuará freqüentando as clínicas de aborto existentes em todo o país.
Assim, é preciso organizar a intervenção dentro do ME de Pedagogia, juntamente com os movimentos sociais.
Este debate versa sobre a autonomia do corpo da mulher, só ela pode decidir se é hora sobre seu corpo. Chega de a Sociedade decidir sobre e por NÒS mulheres!


3.3.2 - Diversidade e Educação

“É uma proposta de aplicação prática ao campo da educação de um movimento mundial, denominado de inclusão social, o qual é proposto como um novo paradigma e implica a construção de um processo bilateral no qual as pessoas excluídas e a sociedade buscam, em parceria, efetivar a equiparação de oportunidades para todos”. (Mendes, 2002, p.61).

O fragmento do texto acima de Mendes dá uma definição ampla do que se busca quando discutimos a questão da inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais na perspectiva de uma educação inclusiva.
Quando essa questão nos remete ao âmbito escolar, percebemos o papel imprescindível dos/as educadores/as no sentido de se perceberem como atores/as dessa proposta, aprimorando-se nas discussões dos temas acerca da educação inclusiva e garantindo assim que a inclusão seja realmente uma realidade em nossas escolas.
Mendes nos desperta para alguns componentes para se construir uma educação inclusiva. São eles:
- Racional: nesse componente uma proposta de educação que se proponha inclusiva deve promover a ampliação de matrícula;
- Responsável: essa proposta também tem de incluir em sua rotina planejamentos e avaliações a respeito do andamento do processo;
- Responsiva: as atitudes dentro de uma educação inclusiva, não podem ser inflexíveis, devem mudar de acordo com as avaliações que se proponha fazer.
A escola, nesse processo de construção de um projeto de educação inclusiva precisa de um suporte com relação à formação continuada das pessoas que atuam no espaço escolar, planejamento das ações a serem implementadas e continuidade do processo.
Numa perspectiva de educação inclusiva também convém discutir a questão da exclusão de diferentes grupos dos processos educacionais.

4- Reforma Universitária

“Como conseqüência da globalização econômica e da constituição de uma sociedade-cultura de consumo, a mercantilização da educação apresenta-se com novas orientações baseadas na eficácia e na otimização das performances, em outras palavras, uma educação voltada para o desempenho”.(SEDUFSMA)


A educação é estratégica para a construção de um projeto popular para o Brasil pautado pelo combate às desigualdades e às injustiças, pelo avanço nas condições materiais e culturais de vida do povo e acúmulo de forças rumo ao socialismo.
Ao longo dos últimos 20 anos, os/as estudantes, ao lado dos/as professores/as e servidores/as, vêm resistindo ao avanço do privado sobre o público, na educação superior, e depositando as suas energias em prol da defesa e universalização da universidade pública, gratuita, democrática, laica, de boa qualidade e popular.
Recentemente, os movimentos sociais vêm debatendo a Reforma Universitária de iniciativa do Governo Federal. Ao questionarmos o mérito e o método da Reforma atualmente em curso no país, o que está em jogo é o papel que a educação superior deve cumprir na sociedade: manter o status quo ou incidir criticamente sobre a sociedade para promover verdadeiras transformações sociais.
O Governo Lula vem implementando aos poucos uma Reforma Universitária no Brasil. As medidas já aprovadas são: o SINAES – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Lei nº. 10.861/04), o Programa “Universidade para Todos” – PROUNI (Lei nº. 11.096/04), o Decreto que regulamenta a relação entre as fundações privadas e as
IFES – Instituições Federais de Ensino Superior (Decreto nº. 5.205/04), a Lei de Inovação Tecnológica (Lei nº. 10.973/04) e o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - REUNI, instituído por Decreto (Decreto nº. 6.096/07).
Além destas, há outras medidas ainda não aprovadas no Congresso: São elas: o Projeto de Lei que institui as Cotas nas IFES (Projeto de Lei nº. 3627/04) e o Projeto de Lei Orgânica da Educação Superior (Projeto de Lei nº. 7200/06).
Salvo exceções, como o Projeto de Lei das Cotas e em parte o SINAES, o balanço que deve ser feito da Reforma Universitária é negativo. Os Projetos ou limitam-se apenas a regulamentar estruturas e relações que o governo FHC criou e não regulamentou – como no caso do PL nº. 7200/06 – ou criam novas estruturas e relações no sentido de avançar na transformação da educação em mercadoria.
Neste ENEPe, faremos uma avaliação das medidas já implementadas pelo Governo Lula, bem como discutiremos as medidas ainda em processo de tramitação, visando uma leitura crítica da atual conjuntura de nossas universidades públicas e particulares, a fim de traçar mecanismos de intervenção na realidade.


4- NOSSOS OBJETIVOS

4.1- GERAL:

Dar continuidade às discussões realizadas nos dois últimos Fóruns de Entidades de Pedagogia, promovendo um amplo espaço para debater sobre o caráter educativo, político, pedagógico, cultural, social e econômico na formação dos/as educadores/as, além de fortalecer as bandeiras de luta dos/as estudantes de pedagogia.

4.2 - ESPECÍFICOS:

- Buscar criar uma nova concepção de organização de Encontros do ME de Pedagogia, onde todos/as ajudem na sua construção;
- Discutir as políticas educacionais inseridas no contexto político;
- Debater sobre a Reforma Universitária como um todo e sobre as políticas de financiamento para a educação pública;
- Debater sobre a relevância da educação como uma práxis libertadora;
- Ampliar as discussões sobre o movimento de mulheres e diversidade sexual, como meios de instrumentalizar e potencializar tais movimentos nos cursos de Pedagogia;
- Debater e aprofundar sobre etnias e inclusão;
- Aprofundar o debate a cerca da concepção do movimento estudantil de pedagogia, assim como sua organização e financiamento;
- Discutir e aprovar Reforma no Estatuto da Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia – ExNEPe;
- Construir um plano de lutas nacional para o movimento de pedagogia;


5- METODOLOGIA

O XXVIII ENEPe, com o tema: “O Papel do/a Educador/a na Transformação da Sociedade”, será realizado de 14 a 20 de julho, na Universidade Federal do Espírito Santo- UFES, Campus Goiabeiras. Comportaremos neste espaço um total de 2000 estudantes.
O ENEPe envolverá, no decorrer de uma semana, ao longo de 60 horas, estudantes de Pedagogia de todo Brasil em discussões políticas e acadêmicas, proporcionando trocas de experiências e o fortalecimento das bandeiras de luta, por meio de debates, comunicações científicas, grupos de trabalho, vivências e atividades culturais. Neste sentido, tanto o método quanto o conteúdo deste Projeto tentam refletir o caráter coletivo e democrático de sua elaboração.
Para o desenvolvimento das atividades propostas, os/as estudantes estarão divididos em sete coordenações, sendo estas: Coordenação Geral, Coordenação de Finanças, Coordenação de Infra-Estrutura, Coordenação de Credenciamento, Coordenação de Comunicação, Coordenação de Cultura e Arte e Coordenação de Trabalhos. A coordenação geral será composta por dois membros que estarão durante toda a organização trabalhando em conjunto com as demais coordenações. As demais coordenações constarão inicialmente de no mínimo três pessoas, ampliando assim que o evento estiver mais próximo. A Executiva Nacional dos/as Estudantes de Pedagogia deverá participar antes, durante e depois do Encontro de forma a inserir-se nas Coordenações, mesmo estando distante fisicamente, poderá contribuir por e-mail, telefone, MSN, pois compreendemos que assim a mesma poderá se apropriar do encontro como um todo e cumprir suas tarefas enquanto ExNEPe. Quanto aos/as representantes das Executivas Estaduais, Diretórios e Centros Acadêmicos participarão das coordenações conforme disponibilidade, antes do encontro e durante a semana estaremos nos organizando enquanto delegações a fim de participar de maneira efetiva de toda a organização.
A fim de ampliarmos as discussões durante o Encontro, a organização se responsabilizará de enviar textos para estudo, às delegações, com assuntos pertinentes aos eixos propostos. Quanto ao Estatuto, será enviada uma cópia do mesmo por e-mail e via correio, para que todos os Estados possam fazer suas discussões previamente.
As comissões trabalharão em regime de cooperação, mas obedecerão a fins específicos conforme a descrição abaixo:

1 – Coordenação Geral
- Coordenar os trabalhos que serão realizados pelas coordenações no decorrer do evento;
- Viabilizar meios para o desenvolvimento das demais coordenações;
- Articular reuniões com os/as membros/as de cada coordenação capixaba. Nos dias do evento articular reuniões com as delegações;
- Entrar em contato com os/as facilitadores/as;
- Providenciar os textos para leitura dos/as estudantes, antes do ENEPe;

2 – Coordenação de Finanças
- Organizar e distribuir recursos financeiros, notas fiscais, recibos e contratos estabelecidos;
- Prestar contas durante e no final do evento a todas as coordenações, aos/as membros/as das Executivas Estaduais, Nacional. Além de enviar relatório final das contas via e-mail, para que todos/as os/as estudantes tenham acesso;
- Controlar as finanças do Encontro.

3 – Coordenação de Infra-estrutura
- Disponibilizar alojamento aos/as participantes do Encontro, atentando para Infra-Estrutura (banheiros, bebedouros, refeitório, limpeza, etc.) garantindo qualidade mínima a todos e todas;
- Organizar o I Acampamento da Juventude da Pedagogia, bem como sua estrutura (localidade, banheiros, segurança, limpeza);
- Disponibilizar equipe de segurança que venha a zelar pela integridade física dos/as participantes do evento, nos espaços onde estarão acontecendo o encontro;
- Coordenar a limpeza dos alojamentos, dos locais de palestras e grupos de trabalho;
- Viabilizar uma equipe técnica para qualquer eventualidade na rede elétrica e hidráulica do local (eletricista, encanador);
- Fazer um relatório quando for repassada a responsabilidade constando: danos na estrutura reconhecida pela direção do local, antes de abrigar os/as participantes, em ofício datado e assinado pelo Diretor ou Diretora do local e pelo coordenador ou coordenadora da comissão;
- Zelar, juntamente com todas as delegações, pela conservação do local.

4 – Coordenação de Credenciamento
- Organizar todas as inscrições feitas para o Encontro;
- Organizar as fichas por Estado;
- Responsabilizar-se pela entrega de material dos/as participantes;
- Providenciar a entrega dos certificados.

5 – Coordenação de Comunicação
- Coordenar a comunicação e divulgação do evento;
- Disponibilizar a lista das Universidades de Pedagogia do Brasil para divulgação;
- Elaborar proposta de arte para o XXVIII ENEPe (para as bolsas, certificados, camisas...);
- Entrar em contato com as Executivas Estaduais exercendo a função de divulgação, fornecendo-lhes informações sobre o encontro, para que possam ajudar na divulgação em seus Estados;
- Atualizar informações na internet;
- Providenciar equipamentos que possibilitem uma cobertura jornalística durante o evento;
- Possibilitar a filmagem dos espaços durante o encontro.


6 – Coordenação de Cultura e Arte
- Listar e disponibilizar equipamentos necessários para o desenvolvimento das atividades culturais;
- Organizar os grupos culturais que se apresentarão durante o encontro;
- Organizar as barraquinhas de comida e bebida;
- Organizar o Dia Livre;
- Negociar espaços disponíveis para a comercialização de livros, revistas, artigos culturais...

7- Coordenação de Trabalhos
- Definir critérios para a seleção de trabalhos que contemplam a proposta do encontro;
- Selecionar e enviar os textos que servirão de subsídio às leituras sobre os eixos do evento.
- Trabalhar em conjunto com a Comissão Científica que irá analisar e apreciar os trabalhos a serem apresentados no XXVIII ENEPe;
- Cuidar para que os prazos do Edital dos trabalhos sejam cumpridos;
- Resolver todos e quaisquer problemas que surgirem com os/as autores/as dos trabalhos;
- Organizar a apresentação dos trabalhos antes e durante o Encontro;
- Fazer a entrega dos certificados dos/as autores/as de trabalho.

As atividades serão desenvolvidas conforme cronograma anexo. O Edital de Trabalhos também segue em anexo. A programação completa, com o nome dos palestrantes confirmados estará disponível 90 dias antes da realização do ENEPe.

6 - REFERÊNCIAS UTILIZADAS


Acessado em 09/11/2007: http://www.angelfire.com/sk/holgonsi/mercado.html
Discurso de Che Guevara na Universidade de Las Villas, 1959.
CHASSOT, Attico. Alfabetização Científica: questões e desafios para a educação. 4ª ed. Ijuí: Editora UNIJUÍ, 2006.
FREIRE, Paulo. Extensão ou Comunicação. 6ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1982
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
_____________. Pedagogia do Oprimido, 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
GENTILI, Pablo. A falsificação do consenso: simulacro e imposição na reforma educacional do neoliberalismo. 3ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.
______________. Pedagogia da exclusão: crítica ao neoliberalismo em educação. 2ª ed. São Paulo: Editora Vozes, 1996.
MENDES, E. G. Perspectivas para a construção da escola inclusiva no Brasil. In: PALHARES, M. S. e MARINS, S. C. (Orgs.). Escola inclusiva. São Carlos: EDUFSCAR, 2002. p.61-85.
MORAN, Jose Manuel. Revista Tecnologias Educacionais. Rio de Janeiro, vol.23, nº 126, 1995.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma teoria às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

P.S.: Ficaram falatando apenas os anexos do projeto. Quem quiser o projeto na integra, por favor, mande um e-mail para enepe28@yahoo.com.br.

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